quinta-feira, 9 de junho de 2016

ORNAMENTUM // Festival a Porta

  
ORNAMENTUM 

Instalação na Casa Plástica, Leiria, 2016

Materiais: Vidro soprado, 
Vidro vertido (casting), 
Vidro de Janela (float)  & Espelhos pertencentes à casa 
Pintura Acrílica sobre objectos de madeira e papel de parede 

Sinopse: 

A ruína ornamental foi ponto de partida físico e simbólico para uma instalação que pensa duplamente nos lugares e não-lugares que habitamos, sejam eles identitários, relacionais ou históricos (Marc Augé)Apresentam-se objectos específicos a partir das paredes e mobiliário presente, através de diferentes materialidades como o vidro ou a pintura. Um ambiente fictional que por um lado nos transporta para uma certa ideia de infância feminina, de casa ou quarto de dormir, e por outro propõe uma noção de incompletude, fragilidade e artifício.
 Ao longo da residência levantaram-se possíveis diálogos subentendidos neste não-lugar (para nós, artistas ou espectadores, local de passagem), tentando-se desconstruir através de fragmentos físicos do espaço, formas de o habitar, ainda que temporariamente. Não se parte em busca de uma verdade maior que traga à luz essa realidade passada, mas assumir essa "camuflagem" e "jogo de ilusões", de alguém que está "de fora", ainda que lá dentro, e nesse enredo permitir a reflexão sobre o ser mais interior e privado de cada um.
As intervenções a partir da parede e mobiliário presente, e os outros objectos que foram artificialmente acrescentados,  "iludem" ou "elucidam" as ruínas desse "monumento", institucional e privado. As ruínas desta sala das meninas, desta escola há tempos inexistente, ou do que um internato escolar subentende serão, assim, entrecruzados e partilhados com um público também ele carregado das suas respetivas ruínas ornamentais dissimuladas, como forma individual de sobrevivência.