ORNAMENTUM
Instalação na Casa Plástica, Leiria, 2016
Materiais: Vidro soprado,
Vidro vertido (casting),
Vidro de Janela (float) & Espelhos pertencentes à casa
Pintura Acrílica sobre objectos de madeira e papel de parede
Sinopse:
A ruína ornamental foi
ponto de partida físico e simbólico para uma instalação que pensa duplamente
nos lugares e não-lugares que habitamos, sejam eles identitários, relacionais
ou históricos (Marc Augé). Apresentam-se objectos
específicos a partir das paredes e mobiliário presente, através de diferentes
materialidades como o vidro ou a pintura. Um ambiente fictional que por um lado
nos transporta para uma certa ideia de infância feminina, de casa ou quarto de
dormir, e por outro propõe uma noção de incompletude, fragilidade e artifício.
Ao longo da residência levantaram-se possíveis diálogos subentendidos neste
não-lugar (para nós, artistas ou espectadores, local de passagem), tentando-se desconstruir através de
fragmentos físicos do espaço, formas de o habitar, ainda que temporariamente. Não se parte em
busca de uma verdade maior que traga à luz essa realidade passada, mas assumir essa
"camuflagem" e "jogo de ilusões", de alguém que está "de fora", ainda que lá dentro, e nesse enredo
permitir a reflexão sobre o ser mais interior e privado de cada um.
As intervenções a partir da parede e
mobiliário presente, e os outros objectos que foram artificialmente acrescentados, "iludem" ou "elucidam" as ruínas desse
"monumento", institucional e privado. As ruínas desta sala das meninas, desta escola há tempos
inexistente, ou do que um internato escolar subentende serão, assim, entrecruzados e partilhados
com um público também ele carregado das suas respetivas ruínas ornamentais dissimuladas, como forma individual de
sobrevivência.